Dolby Vision, HDR10, HDR10+, HLG, Advanced HDR… você não é o único a se confundir com a sopa de letrinhas dos padrões da tecnologia HDR, disponíveis hoje no mercado. Neste guia, você vai entender o que cada formato de exibição de imagem traz de especial, além de suas vantagens e desvantagens na hora de assistir filmes ou jogar.
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Dolby Vision, HDR10, HDR10+, HLG e Advanced HDR
A tecnologia HDR, de High Dynamic Range (Grande Alcance Dinâmico, em português) permite reprodução de conteúdo com maior fidelidade de cor e contraste. O valor do alcance dinâmico, medido em nits, estabelece a diferença de brilho entre o ponto mais escuro e o mais claro que uma tela pode reproduzir. Quanto maior é, maior o contraste.
Em comparação a uma TV comum, chamada SDR (Standard Dynamic Range, ou Alcance Dinâmico Padrão, em português), uma tela equipada com HDR possui um valor de nits muito mais alto (ou seja, maior distância entre pontos claros e escuros). Assim, ela é capaz de identificar os pontos iluminados com mais precisão, entregando um melhor contraste, mais definição em cenas escuras e também maior fidelidade de cores.
Existem 5 principais padrões de HDR que disputam o mercado e são mais ou menos parecidos, com vantagens e desvantagens. Um conteúdo (filme, série ou jogo) pode ser compatível com um padrão e não com outros ou com mais de um. Se você se lembrou da briga Blu-ray x HD-DVD ou da mais antiga VHS x Betamax, está no caminho certo.
1. Dolby Vision
O Dolby Vision é o padrão HDR proprietário da Dolby Laboratories, sendo um dos primeiros introduzidos em TVs, junto com o HDR10. Ele suporta um brilho padrão teórico de 10.000 nits e traz uma profundidade de cores de 12 bits, o que faz dele o HDR de maior qualidade do mercado na atualidade. No entanto, todo esse poder tem um preço: a Dolby cobra royalties para o uso da tecnologia em TVs, reprodutores de mídia, celulares, tablets, consoles e etc., bem como em filmes, séries, vídeos e jogos.
2. HDR10
O HDR10 foi desenvolvido por uma parceria entre Sony, Samsung e outras fabricantes. O formato é o padrão em discos Blu-ray 4K e foi adotado pelo PS4 Pro, Xbox One S e Xbox One X. Possui brilho de 1.000 nits e profundidade de cores de 10 bits. O HDR10 também não é “dinâmico”: usa metadados fixos para fornecer informações de brilho, o que traz resultados menos que ideais. Em cenas mais escuras, as cores ficam saturadas, enquanto que no Dolby Vision, os metadados são dinâmicos e o brilho se ajusta à cena. Por outro lado, o HDR10 é código aberto e gratuito.
3. HDR10+
O padrão HDR10+ foi uma tentativa de bater de frente com o Dolby Vision. Ele nasceu com o apoio da Samsung e Amazon para corrigir a falta do mapeamento dinâmico de tons do HDR10, corrigindo o contraste automaticamente de uma cena para outra. No entanto, o formato permanece com os mesmos valores de brilho e profundidade de cor da geração anterior, 1.000 nits e 10 bits. Ainda assim, o HDR10+ continua tendo a vantagem de ser um formato aberto, podendo ser usado de graça pelos fabricantes.
4. HLG
O HLG, sigla de Hybrid Log Gamma (Registro de Gama Híbrido, em português) foi criado pelas emissoras BBC e NHK. Com foco em transmissão ao vivo (diferente do streaming e home video), ignora metadados para cálculo de brilho, deixando a tela a cargo do que reproduzir, funcionando até em telas SDR. Em uma TV antiga, vai exibir imagens normais. Numa TV mais nova, terá acesso ao HDR ao vivo. Ainda que a qualidade de imagem seja melhor que o SDR, o HLG é ligeiramente inferior a HDR10(+) e Dolby Vision.
5. Advanced HDR
O Advanced HDR da Technicolor possui três subpadrões distintos de HDR.
Cada um com um propósito:
- SL-HDR1: Usa o HLG como base, voltado para transmissão de TV;
e compatível com telas SDR antigas; - SL-HDR2: Similar ao HDR10+ e Dolby Vision;
com metadados para o mapeamento dinâmico de tons; - SL-HDR3: Versão melhorada do SL-HDR1;
introduz metadados para ajuste dinâmico de tons no ao vivo; ainda em fase testes.